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Operação Ascaris investiga desvio de doações às vítimas das enchentes de 2024 e tem desdobramentos em São Marcos

GAECO/MPRS investiga desvio de doações de roupas dos Estados Unidos para vítimas das enchentes no RS. A ação teve desdobramentos em São Marcos, além de Caxias do Sul e Boa Vista do Sul, onde foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão.

Atualizado em 04/12/2025 às 11:12, por Liliane Cioato.

Fotos: divulgação GAECO/MPRS

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul (GAECO/MPRS) deflagrou, nesta quinta-feira (4), a Operação Ascaris, que apura o desvio e a comercialização irregular de doações enviadas dos Estados Unidos e de empresas da Serra gaúcha para famílias atingidas pelas enchentes de 2024. A ação teve desdobramentos em São Marcos, além de Caxias do Sul e Boa Vista do Sul, onde foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão. Também houve o bloqueio de contas bancárias que somam R$ 2 milhões.

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As investigações, conduzidas pelo promotor de Justiça Manoel Figueiredo Antunes, do 5º Núcleo Regional do GAECO – Serra, apontam que roupas e utensílios destinados a desabrigados foram encaminhados para uma ONG, mas acabaram revendidos em brechós da região. Há indícios de enriquecimento ilícito envolvendo uso de “laranjas” e recebimento de valores via Pix em nome de terceiros. Parte do dinheiro teria sido utilizada para compra de veículos, um apartamento e outros bens da principal investigada. No total, oito pessoas — três delas da mesma família — e uma empresa são alvos da operação.

De acordo com o Ministério Público, os crimes investigados incluem apropriação indébita, organização criminosa e lavagem de dinheiro, todos cometidos em meio ao cenário de calamidade pública. A apuração teve início após denúncia encaminhada ao Consulado-Geral do Brasil em Miami, que alertou a Defesa Civil do Estado sobre a venda irregular de roupas importadas, algumas de marcas conhecidas, que deveriam ter sido destinadas às vítimas das enchentes.
 

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Com a apreensão de documentos, mídias e celulares, o GAECO busca identificar possíveis novos envolvidos, mapear a movimentação financeira do grupo e esclarecer o destino das peças doadas — incluindo a possibilidade de desvios em outras ocasiões.

Para o promotor Manoel Figueiredo Antunes, a gravidade do caso exige firme atuação:

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“O interesse público é muito superior ao interesse individual dos investigados, que se aproveitaram da dor das pessoas para obter vantagem patrimonial. Inclusive, divulgavam ações solidárias em suas redes sociais durante as enchentes e um dos suspeitos chegou a ser reconhecido publicamente por isso.”

O coordenador estadual do GAECO, promotor André Dal Molin, reforça que a operação mantém interlocução direta com a Defesa Civil:
“A Operação Ascaris busca responsabilizar os envolvidos e garantir que recursos e bens desviados sejam recuperados.”