Sem pardais: risco cresce nas curvas da Serra Gaúcha com falta de recursos
Desde 1º de agosto de 2025, os radares fixos das rodovias federais, inclusive em trechos estratégicos na Serra Gaúcha, estão desligados por falta de verba, aumentando a preocupação com a segurança e o aumento de acidentes.

Funcionário com colete laranja instala redutor de velocidade metálica (tipo lombada eletrônica) em poste ao lado da pista sinuosa da BR-116, no trecho da Serra Gaúcha. O local apresenta curva acentuada, vegetação nativa, e o solo ainda úmido, refletindo possível manutenção recente ou construção. Foto: SMO
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) comunicou o desligamento dos pardais (radares fixos) em rodovias federais a partir de 1º de agosto de 2025, devido à insuficiência de recursos para manter os contratos com as empresas responsáveis pelo sistema de fiscalização eletrônica de velocidade.
Para custear o Programa Nacional de Controle Eletrônico de Velocidade (PNCV), o DNIT havia estimado necessidade de R$ 364,1 milhões, mas a Lei Orçamentária destinou apenas R$ 43,3 milhões, representando um corte de 88%. Mesmo com esforços de recomposição, só se chegou a R$ 79,6 milhões, ainda muito abaixo do necessário.
No passado, foram instalados diversos pardais ao longo da BR-116, incluindo trechos como os km 95 a 123 em São Marcos, como parte de um pacote de 47 novos controladores na Serra Gaúcha. Esses pardais agora estão inoperantes, elevando o risco em curvas, descidas sinuosas e trechos com tráfego intenso ou má visibilidade.
A ausência da fiscalização eletrônica pode levar ao aumento da velocidade veicular, elevando o risco de acidentes graves e mortes.
A fiscalização por parte do DNIT está enfraquecida, e ainda não houve anúncio de medidas alternativas para proteger trechos críticos.
Segundo reportagem, o desligamento afeta cerca de 2.000 faixas monitoradas em todo o estado do RS, com risco de até 4.000 faixas canceladas em projetos previstos — uma decisão que está no contrafluxo das metas do Plano Nacional de Redução de Mortes no Trânsito (PNATRans).
Enquanto o governo federal ainda não decide como reverter a crise orçamentária na fiscalização eletrônica, motoristas e comunidade paganense de São Marcos devem redobrar os cuidados ao trafegar. Sinalização clara, fiscalização móvel eventual e campanhas de conscientização podem ser medidas emergenciais para evitar tragédias.