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Palpitação ou crise de pânico? Saiba quando o sintoma pode indicar uma arritmia cardíaca

No Dia Nacional de Prevenção das Arritmias Cardíacas (12 de novembro), cardiologista Dr. Raphael Boesche Guimarães alerta para sintomas que muitas vezes são confundidos com ansiedade

Atualizado em 12/11/2025 às 17:11, por Liliane Cioato.

A fibrilação atrial, um dos tipos mais comuns, atinge cerca de 4% da população acima de 55 anos

O coração acelerado, a falta de ar, a sensação de aperto no peito e o medo repentino são sintomas comuns em crises de ansiedade ou pânico, mas também podem indicar um problema cardíaco sério, como uma arritmia. No Dia Nacional de Prevenção das Arritmias Cardíacas, celebrado em 12 de novembro, o Dr. Raphael Boesche Guimarães, médico cardiologista do Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul (IC-FUC), alerta que é fundamental aprender a diferenciar os sinais para evitar riscos.

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“As arritmias acontecem quando o impulso elétrico que comanda o batimento do coração sofre alguma falha, provocando batimentos rápidos, lentos ou irregulares”, explica o especialista. Ele conta que o sintoma mais comum é a palpitação súbita, que pode vir acompanhada de tontura, falta de ar, fraqueza e sensação de desmaio. “Muitos pacientes acham que estão tendo uma crise de ansiedade, mas na verdade é o coração tentando avisar que algo está errado.”

De acordo com o médico, os sintomas de arritmia e de crise de pânico podem parecer muito semelhantes, o que frequentemente leva à confusão. “Na crise de pânico, a aceleração do coração costuma vir acompanhada de medo intenso, sensação de morte iminente e melhora espontânea após alguns minutos. Já nas arritmias, a palpitação surge sem gatilho emocional, pode durar mais tempo e causar desmaios ou queda de pressão”, detalha o Dr. Raphael.
 

Dr. Raphael Boesche Guimarães, médico cardiologista do Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul

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Ele reforça, no entanto, que só exames podem confirmar o diagnóstico. “Um eletrocardiograma simples, relógio Smart Watch ou o monitoramento com Holter já ajudam a identificar o tipo de batimento irregular e orientar o tratamento correto”, diz. Segundo o último levantamento realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o Brasil registrou mais de 74 mil internações por arritmias cardíacas, resultando em 9 mil mortes. A fibrilação atrial, um dos tipos mais comuns, atinge cerca de 4% da população acima de 55 anos, conforme estudo publicado no Journal of Atrial Fibrillation Management.
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“Muitas arritmias são tratáveis e até curáveis quando descobertas cedo. O grande risco é ignorar o sintoma achando que é ansiedade”, alerta o cardiologista. Ele explica que o estilo de vida também influencia muito no aparecimento dessas alterações. “Hipertensão, diabetes, colesterol alto, uso excessivo de cafeína, álcool ou cigarro, apneia do sono, estresse crônico e a falta de sono estão entre os principais fatores de risco”, aponta.

O médico ressalta ainda a importância da prevenção e do diagnóstico precoce. “Hoje temos tecnologia segura e eficaz para tratar as arritmias. O que mais salva vidas é o diagnóstico precoce. Palpitação não é normal, é um sinal de que o corpo está pedindo ajuda. Investigar cedo é a melhor forma de prevenir complicações e garantir qualidade de vida.”

Para o especialista, a data é um lembrete importante. “O Dia Nacional de Prevenção das Arritmias Cardíacas é uma oportunidade de reforçar a conscientização sobre os cuidados com o coração. As pessoas precisam entender que o medo ou a ansiedade podem até causar sintomas parecidos, mas somente uma avaliação médica é capaz de distinguir o que é emocional e o que é cardíaco”, finaliza o Dr. Raphael.


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