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Justiça autoriza repasse de doações desviadas para vítimas das enchentes após Operação Ascaris

Materiais vindos dos EUA serão finalmente destinados a famílias afetadas; investigação segue apurando organização criminosa na Serra. São-marquenses estão entre os investigados.

Atualizado em 09/12/2025 às 18:12, por Angelo Batecini.

Agente do Ministério Público do Rio Grande do Sul carrega caixa de fraldas entre dezenas de volumes apreendidos durante a Operação Ascaris, que investigou desvio de doações enviadas dos Estados Unidos.

Agente do Ministério Público organiza parte das doações apreendidas durante a Operação Ascaris. Justiça autorizou o repasse do material, enviado dos EUA, para vítimas das enchentes no RS. Foto: MPRS.

A Operação Ascaris, que na última semana cumpriu mandados de busca e apreensão também em São Marcos, ganhou um novo capítulo nesta terça-feira (9). O Ministério Público do Rio Grande do Sul informou que a Justiça autorizou o repasse das doações que haviam sido desviadas por um grupo investigado por comercializar clandestinamente materiais arrecadados para vítimas das enchentes no Estado.

As doações, enviadas dos Estados Unidos e compostas por roupas, fraldas, mamadeiras e diversos itens de assistência humanitária, foram apreendidas durante a ação conduzida pelo GAECO/MPRS (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). Cerca de 70 caixas estão agora liberadas para serem destinadas a famílias vulneráveis, mais de um ano após o desastre climático que mobilizou o mundo.

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A operação identificou um esquema que incluía ONGs, brechós e o uso de “laranjas” para movimentação financeira. Segundo o MP, os investigados recebiam pagamentos via Pix em nome de terceiros como forma de ocultar o desvio das doações. O foco central da organização seria a revenda dos itens que deveriam ter sido entregues gratuitamente às vítimas da calamidade.

“A decisão judicial garante que as doações, originalmente destinadas às vítimas das enchentes, sejam, mais de um ano depois, aplicadas conforme a finalidade prevista, beneficiando diretamente famílias necessitadas. Um dos trabalhos, agora, é organizar e encaminhar, via entidades capacitadas, os produtos apreendidos”, afirmou o promotor Manoel Figueiredo Antunes, coordenador do 5º Núcleo Regional do GAECO na Serra.

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Investigação continua

O GAECO segue apurando crimes de apropriação indébita, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O caso ganhou repercussão especialmente na região da Serra Gaúcha, onde o grupo teria atuado estruturando a revenda dos donativos. São Marcos entrou no mapa da investigação quando dois endereços do município foram alvos de mandados de busca e apreensão na semana passada, etapa inicial da operação.

Com a decisão judicial de liberar os materiais apreendidos, o próximo passo será organizar a logística de distribuição por meio de entidades habilitadas. A expectativa é que parte dos donativos seja direcionada já nas próximas semanas a famílias atingidas que ainda enfrentam dificuldades para reestruturar suas vidas.

O São Marcos Online segue acompanhando o caso e traz novos desdobramentos assim que houver atualização oficial.